Um dia levo-te a Nova Deli, pensei enquanto comia algo tailandês. Vou falar-te das pessoas que vi, das multidões, dos imensos pobres, do fumo, do lixo, das caras tão alegres ou angustiadas, dos meninos da rua, dos pedintes, dos vendedores de pastilha elástica. Um dia vou levar-te a conhecer a Velha Deli, a cheirar o caril, a ver as flores brancas, a seguir as ruas em pedra, a comer uma dosa ao pequeno almoço. Espero que chova. Alivia a humidade do corpo. Um dia levo-te a ver os templos sagrados, os rios contaminados, as caras sujas, os pés descalços e os trajes brancos. Ensino-te como se vestem os saris de seda e como se come com as mãos. Mas não desta vez. Desta vez ainda vou sozinha. Não consigo partilhar esta estranheza , o exótico que ainda esbarra em mim.