Morfina
Porque escrevo estas histórias?
Não pretendo escandalizar o leitor, nem animar o frustrado ou entusiasmar o curioso.
Escrevo estas alegrias e tristezas para poder despejar e trocar os meus sentimentos por caminhos de compreensão.
É um processo doloroso, um trabalho de parto, mas também uma terapia, um clister.
Lidas à distância são um prazer e uma libertação. É mais fácil lidar com as parvoices da minha cabeça convertidas em letras.
É como um acto privado, secreto, quase clandestino, que me salva do desassossego.
Descarrego nestas histórias toda a força, toda a dor, toda a alegria, toda a raiva que sinto e, nesse movimento apaixonado, consigo que a serenidade me invada.
Sou capaz de traduzir para estas linhas todos os meus sentimentos, os ressentimentos e logo que aqui chegam relatados tornam-se praticamente inofensivos, deixam de doer.
<< Home