quarta-feira, agosto 31, 2005

O impossível

Há coisas que não vale a pena voltarem. Perderam o lugar. O lugar ficou lá, mas é para permanecer vazio. Tudo isso faz doer, é melhor não mexer. O que tivera importância já tinha acontecido, já tinha acabado.
Foi assim e foi muito belo, o mais simples adeus, o verdadeiro, pensei eu antes de começar a chorar. Porquê chorar se foi tão simples assim? Porque, sei-o agora, que jamais me conheceu. Sabe que me chamo Maria, pouco mais. Não sabe o quanto sou silenciosa, atenciosa, meiga, dedicada, alegre e sensível. Não sabe o meu riso nem o meu olhar, não conhece o meu andar, não sabe o que me comove nem o que me emociona, nunca leu os meus livros nem ouviu os meus discos. Foram só os prazeres, pequenas ilusões.
Nada mais há para dizer, penso eu. Há só que guardar isso tudo na cabeça, como se puder.
Talvez exagere, mas isso faz parte do que sinto, e não desejo que seja de outra maneira.
O impossível é mesmo o impossível e assim é que está bem.

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