Ela, que conseguia em menos de 20 minutos, fazer bolinhos de bacalhau
Hoje tive um Domingo bom.
Cheio de mimos, sol, livros, água quente, lembranças e arrumações.
Cheio de preguiça, música, conversas e morangos.
Cheio de ar fresco, vento, argumentos e força.
Os Domingos são assim, solitários e sem sentido, sobretudo as manhãs.
As manhãs de Domingo, em cores pastel.
Mas este foi diferente.
Hoje disse toda a espécie de parvoices e não caí no ridículo. Disse-as à minha Mãe e ela parecia entender tudo.
Hoje olho para trás e vejo que durante uma vida ela me deu muito mais do que eu lhe dei e talvez por isso lhe guardo uma gratidão profunda e desajeitada que me faz procurá-la de vez em quando e dizer-lhe que a adoro, que nunca conheci ninguém como ela, que se não fosse ela não gostava de arrumações, limpezas, de fazer bolinhos de bacalhau e de organização, que se não fosse ela, talvez eu não soubesse o que querem dizer coisas tão pequenas como atenções, mimos, abnegação e generosidade.
Repetimos um Domingo como este, Mãe?
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