terça-feira, junho 28, 2005

O coração a bater no cérebro

Chove.
Dia triste, noite mais triste ainda.
Cheguei a casa, fechei a porta do prédio sem cuidado. Sem bater, mas também sem cuidado. Não queria ser ouvida, mas também não me ralo se me ouviram.
Esperei pelo elevador. Subi com a cabeça às voltas. Antes de chegar ao sexto andar tirei os sapatos. O vizinho dá-me as boas noites. Boas noites? O que é que os outros sabem da nossa vida? Respondi com frieza, melhor, não respondi.
Estendi-me na cama. Sem dar por isso adormeci, como se me tivessem espancado com um rolo da massa na cabeça. Acordei em sobressalto. Acordei como quem acorda de uma operação a peito aberto. Doi-me o corpo, doi-me a cabeça, doi-me tudo.
Tomei banho só a metade, sem molhar o cabelo. Ando descalça pela casa.
É isso mesmo! Há um lubrificante social, um lugar comum dos costumes, que é baixar a tensão com um pouco de álcool.
À tua!

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