segunda-feira, junho 06, 2005

Ficar ou fugir?

Há qualquer coisa de instintivo, de não dito, algo não racional nem razoável que faz com que no nosso interior um alarme de perigo se acenda.
Porém, o problema consiste em que é uma sensação difícil de racionalizar e de situar.
É como uma adivinhação, como um pressentimento de dores futuras. Eu sei, ou pelo menos acredito, que as intuições e os pressentimentos realmente existam e que, se não sempre, pelo menos frequentemente, remetam para qualquer coisa de real.
A minha própria razão diz-me que tenho de dar atenção a esses pressentimentos, que não devo desprezar as minhas intuições e sensações, mesmo que essas sejam de todo malucas, mesmo que estejam tecidas por um fio invisível que oculta a trama, as causas, os efeitos, mas que enviem para o corpo e o cérebro uma mensagem clara: Alerta! Alerta! Tem cuidado!
Quem é que ensina ao coelho a desconfiar da serpente? Quem é que disse à gazela que tinha que correr ao perceber um certo cheiro?
Há mensagens cifradas da realidade que não são decifradas pela parte racional do nosso corpo, mas por um receptor qualquer que temos dentro de nós e que é, ao mesmo tempo, muito menos cego do que os olhos, muito menos burro do que a razão e muito mais obscuro e difícil de definir do que eles.

Free Counters
Free Website Counter