domingo, junho 19, 2005

Flash que dura pouco

No regresso a casa levo-te ainda fixado na minha cabeça.
Cabes lá inteiro, no pequeno espaço do meu crânio. É verdade que não preciso de fotografias para recordar-te.
Talvez precise de uma peça de roupa para me lembrar do teu cheiro. Porque uma pessoa reconhece os cheiros, mas recorda-os com alguma dificuldade.
Levo os dedos da mão ao nariz. Lá estão, suspensos, os mais íntimos dos teus perfumes.
Se não lavar as mãos, cá ficarão no dia seguinte, acompanhar-me-ão sempre que queira, no escritório, em casa, numa fila de trânsito, numa fila do banco, numa sala de espera.
O cheiro faz-me reviver o desejo.

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