segunda-feira, maio 30, 2005

O amor é outra coisa

Apaguei a luz, sem conseguir dormir.
Não recordava com paixão os seus dentes, nem o seu hálito, nem os seus olhos, nem o seu peito, nem coisa nenhuma.
Tinha feito tudo como quem se deixa a rolar com uma bicicleta por uma encosta abaixo.
Continua-se a descer apenas pelo impulso, pela inércia e porque a descida ainda não acabou. Nem é preciso pedalar.
No instante em que a descida acabar, acabará também o passeio de bicicleta.

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