quarta-feira, março 09, 2005

João e Laura

Os nomes, escolhi-os ao acaso.
Não!
Sempre gostei destes nomes.
João porque me diz muito, é também o meu nome.
Deus me livre de a minha mãe me ter posto o nome dela! Mas o meu filho há-de ter o meu.
Laura porque desde nova, quando vi uma telenovela brasileira, me encantei com este nome.
Primeiro ele, depois ela.
Pode ser ao contrário, não me importo.
Mas primeiro ele, depois ela. Queria que fosse assim.
Há meses que tenho estes dois filhos a crescer dentro de mim, dentro da minha imaginação, mas ainda não sabem quem sou.
Não vale ter medo.
Há muito que o amor mostrou ser um fracasso.
Não preciso dele para ser mãe. A biologia é uma ciência, ou a génética, ou lá como se chama ao que tenho que recorrer.
Não espero encontrar ninguém, a minha vontade é-me suficientemente querida.
Sou extremista em individualismo, em determinação, em teimosia e em solidão.
Em egoísmo, em ambição, em amor-próprio.
E é por isso, João e Laura, que vocês hão-de nascer.
E nesse dia, o meu reservatório vazio enche-se. Tenho estado à espera.
Tenho dois reservatórios. Um cheio de amor para dar. Outro vazio de amor para receber, como um fundo poço.
Sou frágil como um grão de neve.
Derreto-me com leves sussuros e a ternura estonteia-me.
E é por isso, João e Laura, que vocês hão-de nascer.

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