terça-feira, março 01, 2005

Pois...

Há coisas que acontecem e não se sabe dizer como aconteceram, nem porquê nem como, que não se espera que venham a acontecer outra vez, das quais se tem muito medo porque levam ao fundo tudo por onde passam, terramotos.
E no entanto sem catástofre não se consegue, fica-se a meio, sabe a pouco.
Sempre que penso em si, avança em desordem no ar e eu sinto pressa de o alcançar, o sangue tem pressa em correr e ao mesmo tempo sinto pavor em chegar.
Há dois dias que vivo, respiro, durmo e alimento-me de paixão.
E quero lá saber do frio, do Sócrates, do IRS, estou-me a ralar para o director da empresa e se os pneus do meu carro estão carecas ou não.
Eu quero-o é inteiro, aqui, em frente à minha lareira, copo de vinho tinto na mão e que me aqueça a alma antes de sequer tocar-me no corpo.

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