sexta-feira, março 10, 2006

Jejum da palavra

O silêncio da noite não é nada. O grave é mesmo a quantidade de palavras que não podem ser ditas à noite: "Cheguei"; "Como correu o teu dia?"; "Vou tomar um banho, abres o vinho?"; até mesmo o "Hoje não, tenho dores de cabeça". Deve ser por isso que leio em voz alta. Em nada abona a meu favor, reconheço, e o pandemónio da minha loucura é mais do que seguro assim. Uma loucura bastante inócua, é verdade, mas, de qualquer maneira, não é uma doença na percepção do mundo.
Não perceberam? Eu explico, é mais ou menos assim: é chegar a casa e deixar de sentir as palpitações no pulso.

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