Divagação sobre as tetas
As tetas fascinam. A começar pelo seu castiço nome, tetas, que é muito melhor do que as variações tontas que as pessoas lhes inventaram. Essa mesma parte é nomeada pelas senhoras de busto. Os sentimentais chamam-lhe peito, os médicos mamas e os românticos seio. Mas a única palavra para designar essa pertuberante repetição feminina, disso tenho a certeza, é aquela magnífica cocofonia: tetas.
Busto lembra-me uma escultura. Seio não é assim tão mau, mas não acho bem usar palavras do género masculino para referir o que é tipicamente feminino. Além disso acho seio eufemístico demais e tem o mesmo problema do peito: fica mal no plural. "Vi o seu seio descoberto" pode ser, mas "vêem-se-lhe os peitos" não fica bem, fica horrível. Para não falar no facto de que seio evoca qualquer coisa de côncavo, de oco, e o que aquela parte da mulher tem de fascinante é que costuma ser claramente convexa, cheia, quase enchida.
Teta é melhor, e não é só por ser do género feminino. O tê repetido parece remeter para a sua duplicidade e é uma daquelas palavras que parecem confudir-se com a coisa, numa correspondência exacta e não arbitrária. Chamemos tetas às tetas.
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