terça-feira, maio 23, 2006

O tom cruel da verdade

Às vezes não contava a verdade, mas a lembrança da verdade, que é uma mentira enorme, e que ela alterava a seu bel-prazer, para dar cabo dela, para se desfazer do peso do passado, do peso da realidade, que é tão inútil, tão irritante, tão insuportável. Às vezes era para desatar a rir, porém eram tristes as radiografias que fazia. E assim, o tom com que sempre contava a verdade, por vezes, era quase melancólico, mas entremeado de riso.

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