quinta-feira, abril 20, 2006

A pensar pensamentos

Quando adormeceu soergueu-se e começou a olhar para si, come se estivesse a dedicar-se um último olhar. Pegou devagar no seu braço, com cuidado, não quis acordar-se. Ali estavam, na ponta dos dedos, as palpitações, as terminações nervosas, o letárgico ritmo do coração. Um dia há-de parar, da mesma maneira que um dia começou a sentir, mas por enquanto o sangue passava intermitente, forte. Dormia quase serena, alheia à sua morte iminente. Sem saber que já era moribunda, duas ou três horas mais tarde, acordou, entre morta e adormecida. Mas viva.

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