quarta-feira, março 22, 2006

Ave de longo voo

Os ritmos. Nesta área conheço-lhe todos os extremos. Desde aquele que era vertiginoso como o trovão até ao outro que, como os rios, nunca chegava a passar totalmente. Depois de uma pausa lá continuava ele, a embalar-me docemente como um condor que plana sobre os cumes, como um alcatraz num favorável remoinho de ar. Às vezes lançava-se a pique sobre mim. Era uma coisa arrebatada, premente. Apoderava-se do meu corpo, parecia morder-me às bicadas o útero, chegava, impunha a sua vontade, elevava-se com a sua presa no bico. E renascia pouco tempo depois como a ave de Fenix.

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