O nosso umbigo
Não há nada mais difícil de ver do que aquilo que temos perto, mesmo à nossa frente, especialmente se a única coisa com que nos preocupamos é o nosso pequeno mundo interior e o nosso espaço sentimental, se tudo fica limitado a problemas de trabalho, assuntos de escritório e ciúmes obcecados de casal.
E de repente chega o Natal e somos todos tão queridos, tão humanos, tão altruístas, como se tivéssemos nascido para ajudar quem mais precisa, envoltos num aro amarelo de anjo preso à nossa estúpida cabeça, de sorriso solidário, hipócritamente colocado no rosto.
E depois do Natal, a solidariedade entra em saldos?
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