O tempo convida a pensar
Na infância, ou pelo menos na sua lembrança da infância, o tempo não passava. Agora, pelo contrário, e verificava isto ano após ano, tinha notado que o tempo acelerava o seu ritmo. Tinha medo de que, se essa aceleração continuasse constante, no fim da sua vida se sentisse o passar do tempo como um rolar por um despenhadeiro abaixo, como a queda livre por um precipício para a garganta escura da morte. Precisava agora de um passo menos agitado, lento e certo. Ocorreu-lhe a parcimónia de uma vaca sagrada da Índia. Estranha visão, esta.
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